A realidade atual do mercado pet na educação dos cães
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A realidade atual do mercado pet na educação dos cães .

Matéria publicada no Agito SP
Fonte de entrevista - Ricardo Tamborini - Adestrador e especialista me comportamento canino .

A realidade atual do mercado pet na educação dos cães

Atualmente, grande parte dos lares brasileiros tem um ou mais animais de estimação, e quem lidera essa lista são os cães. Segundo o IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de cada 100 famílias, 44 criam cães, enquanto apenas 36 têm crianças até doze anos de idade. Isso mostra que muitas famílias têm mais animais de estimação do que crianças.

Devido à correria do dia a dia e aos afazeres diários, muitos donos acabam não dando tanta atenção aos seus cães quanto deveriam. Com isso, surgem diversos problemas de comportamento, que podem causar sérios transtornos e atrapalhar o convívio da família com seu animal de estimação.

Quem tem em casa um cão que destrói sapatos, rói os móveis, late por qualquer motivo incessantemente, urina por toda a casa ou é agressivo com outros cães ou pessoas sabe o quanto isso é desagradável. Justamente para evitar que a convivência com o cão se torne complicada, a busca por profissionais para ajudar os donos a educar seus pets vem aumentando na mesma proporção.

No entanto, muitos proprietários podem ter dúvidas quanto à idade ideal para iniciar o treinamento ou até mesmo se precisam da ajuda de um profissional. Para isso, Ricardo Tamborini, que é adestrador e especialista em comportamento canino há 21 anos, dá dicas importantes para melhorar a relação entre os cães e seus donos. Veja a seguir:

Qual a principal diferença entre o adestramento e o trabalho comportamental?

Os trabalhos são bem parecidos, mas a apresentação e o foco de cada serviço são distintos. O adestramento tem como foco principal o cão. Sendo assim, o objetivo é treiná-lo para desenvolver comandos de obediência ou para o trabalho de guarda e proteção. O desenvolvimento desse trabalho leva de três meses a um ano, com duas ou três aulas semanais.

O adestramento facilita a comunicação e interação entre dono e cão, mas não é capaz de solucionar grande parte dos problemas comportamentais mais comuns, como necessidades no lugar errado, latidos em excesso e destruição de móveis e outros objetos.

A realidade atual é que a grande maioria dos proprietários não pretende ter um cão super adestrado e que realize diversos truques, mas, simplesmente, ter um cão bem-educado. E esse é o diferencial do trabalho comportamental, que tem como objetivo solucionar e evitar os mais diversos tipos de problemas de comportamento.

O foco principal do trabalho comportamental são os donos, pois sempre que um cão apresenta algum tipo de desvio de comportamento ou que não age de acordo com o que os donos desejam, mostra que os tutores estão fazendo algo de errado no dia a dia. Os donos não erram por mal. O excesso de carinho ou de broncas faz com que o cão fique confuso e não compreenda o que pode ou não fazer na casa.

Durante o trabalho comportamental são feitas várias avaliações na intenção de compreender o motivo do mau comportamento do animal. As explicações são passadas aos donos para que eles compreendam e, em seguida, são apontados quais erros estão cometendo ao tentar educar seu cachorro. Após esse procedimento, é determinada a melhor maneira de solucionar o problema. O resultado é bem rápido e objetivo.

Todos os cães precisam de treinamento?

É importante que os donos disciplinem seus cães, principalmente na fase de filhotes, pois será muito mais fácil educá-los nesse período do que quando forem adultos. Independente da idade, raça ou sexo, qualquer cachorro pode ser educado ou treinado. Quando falamos em educar, temos que ter em mente que isso diz respeito a ensinar o que o cão pode ou não fazer, tanto na casa quanto com seus donos, e também como se portar na presença de outros cães e pessoas.

Portanto, educar um cão tem o mesmo significado que educar um filho, ensinando-o a ser comportado e bem-educado. Já o adestramento é interessante para ensinar truques como sentar, deitar, rolar, fingir de morto, etc., a fim de aumentar a interação do cachorro com a família, e serve também como meio de proporcionar atividades ao animal, já que as aulas, que normalmente duram de 40 minutos a 1 hora, fazem com que ele se exercite bastante. Outra finalidade importante do adestramento é preparar os cães para realizar o trabalho de guarda e proteção.

Quais os benefícios de ter um bem cão educado?

Proprietários que se empenham para educar seus cães evitam diversos aborrecimentos e contratempos causados pelo mau comportamento do pet. Um bom exemplo é a socialização. Algumas pessoas, devido à falta de tempo, não levam o cachorro a praças, parques e locais de muito movimento. Assim sendo, o animal não será apresentado ao ambiente externo da casa e, sempre que se deparar com uma situação diferente da que está acostumado, não saberá como agir, apresentando comportamentos extremos de medo ou agressividade. É durante os passeios que os donos podem ensinar o pet a não puxá-los durante o percurso, aceitar o contato com outras pessoas e interagir de forma harmoniosa com outros cães.

A partir de qual idade um cachorro pode ser adestrado? 

Para ensinar ao cachorro comandos de obediência, o adestramento pode ser iniciado a partir do 4º ou 5º mês de vida do animal. Basicamente, é quando o veterinário libera o cão para andar nas ruas, após ter tomado as três doses de vacinas. A partir daí, o cão já terá imunidade contra as principais doenças caninas, como a Cinomose e a Parvovirose. Se o proprietário quiser começar o adestramento antes disso, o treinamento deve ser feito somente dentro de casa.  A partir dos 60 dias de idade, um filhote já consegue assimilar os comandos básicos como sentar, deitar e ficar.

A partir de qual idade os donos podem iniciar o trabalho comportamental de educação?

Assim que o filhote chega na casa, geralmente com 50 ou 60 dias de vida, o trabalho de educação já pode ser iniciado. Nesse estágio, ensina-se ao cãozinho todas as regras da casa como, por exemplo, quais cômodos ele pode frequentar, se pode ou não subir no sofá, na cama, qual o local onde deve fazer suas necessidades, como deve interagir com outros cães e pessoas, não sair sem autorização quando a porta ou portão estiverem abertos, não roer os chinelos dos seus donos, bem como móveis e outros objetos da casa. Esses são os ensinamentos básicos de educação que farão com que o cão cresça regrado e comportado.

 

Ricardo Tamborini é adestrador e especialista em comportamento canino
www.ricardotamborini.com.br

 

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